domingo, 2 de setembro de 2007

Verde Eufémia

Quero aqui expressar o meu apoio ao Movimento Verde Eufémia e a todos os movimentos do género, portugueses e estrangeiros, apesar de discordar dos seus modos de actuação. Concordo perfeitamente com a luta anti-OGM's dado que todos nós estamos neste momento a ser cobaias de laboratórios americanos que enchem os bolsos a cada época que passa, brincando com a nossa saúde e com a Natureza para poderem financiar governos e guerras (em Portugal é mais com sobreiros e universidades). Pior que isso, desconhecemos os efeitos de tais cruzamentos, mas avançamos sem hesitar na plantação de milhares de hectares de transgénicos. Uma coisa é certa, tais cruzamentos bem não fazem e mal, é muito provável que façam. Campos e solos serão destruídos, milhares de seres vivos serão erradicados, alterações climáticas irão ocorrer mesmo debaixo dos nossos olhos sem que nós, comuns cidadãos, possamos agir contra os lobbys da indústria, principalmente a americana.


Constatei nestas férias a plantação de milhares de hectares de milho transgénico em zonas áridas do Alentejo o que constitui só por si um enorme crime ambiental. É devido aos subsídios que vemos hoje a nossa floresta destruída, cheia de eucaliptos e pinheiros que em nada representam a nossa floresta autóctone. São já conhecidas as consequências de uma floresta como a nossa - destruição de habitats de inúmeras espécies, fácil propagação de incêndios, destruição de solos, etc.. Em breve, ainda que tarde demais, serão conhecidas as consequências da plantação de organismos transgénicos.
No entanto, apesar de ser contra os OGM's do modo que estão a ser actualizados neste momento, não posso concordar inteiramente com a actuação de grupos como o Verde Eufémia. Atacar e destruir pequenos hectares de plantações transgénicas além de não ter qualquer impacto no panorama de plantações transgénicas, facilmente vira a população contra esses grupos dado que imediatamente se põe em prática uma campanha de vitimização dos agricultores afectados (2 hectares destruídos não representam praticamente qualquer prejuízo dados os subsídios recebidos para a plantação da colheita), campanhas de descredibilização desses grupos e incentivos ao cultivo de mais transgénicos. Assim, sendo difícil a luta contra grandes lobbys, não passa pela invasão e destruição de propriedade privada a luta contra os transgénicos. Seria muito mais produtivo alertar, em grande escala para os perigos dos OGM's, desmistificar alguns temas e pôr a nú algumas das realidades actuais, aproveitando algumas fragilidades do sistema e voltando aos métodos biológicos.

No entanto a minha maior indignação foi constatar que a describilização do grupo foi posta em prática por toda a comunicação social e todos os influentes deste país usando como argumento o vestuário do grupo. Bem, estamos então aqui a constatar descriminação apenas pela aparência. Quer então dizer que se o grupo tivesse agido engravatado, com óculos Rayban e cabelo à Santana Lopes teria tido apoio da classe política, humorística, etc. deste país? Desde quando aparências e maneira de ser são argumentos para a credibilidade das nossas acções? Em países civilizados, rapidamente surgiriam outros movimentos de apoio, campanhas de esclarecimento e pelo menos tanto apoio como oposição. Mas aqui não, dada a facilmente influenciável mente portuguesa praticamente todos se viraram contra o grupo denominando-os mesmo de eco-terroristas. Tem graça, eco-terrorista para mim é aquele agricultor. Para dúvidas sobre os transgénicos falem com o avô Marcelo (aquele homem sabe tudo!).

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