quarta-feira, 18 de junho de 2008

Greve dos patrões

Como prometido, e já um pouco no rescaldo da situação, aqui estou para falar da greve, perdão, da paralisação, dos camionistas. Ao que tudo indica, agora já é possível os patrões fazerem greve e cortarem estradas sem terem problemas com a polícia. Também já me constou, coisa que aliás hei-de experimentar, que é possível incendiar, apedrejar e destruir camiões sem que com isso tenha problemas. Mas o que é inegável, é que meia-dúzia de patrões com educação q.b. conseguiram, por meio da violência e de um clima de medo, paralisar um país e destruir a vida a camionistas que tiveram o bom-senso, ou o direito, de não fazerem greve. Mas o que é igualmente inegável, é que, o governo cedeu. E isso, revolta-me. Por vários motivos. Primeiro, o governo não foi capaz de tomar medidas no sentido de prevenir ou minimizar os efeitos da greve. Segundo, não foi capaz de dar ordens à autoridade no sentido de se evitar adesões à força aos piquetes de greve. Terceiro, provou que fazer greves durante os períodos negociais até que surte os seus efeitos.
O problema dos combustíveis toca a todos. E deve igualmente tocar a todos o bom-senso de não exigir aquilo que aos outros não é concedido. Primeiro, foram os pescadores que, tendo já gasolina muito mais barata, e destruindo toneladas de peixes, espanhol ou não (que bem poderia ter sido dado a instituições de caridade), fizeram o governo ceder, depois foram os camionistas, já foram as rebocadores e etc. etc. etc. No entanto, uma coisa se conclui. Se quer que o governo o ouça, tenha a certeza de que não é trabalhador por conta de outrém.
Outra coisa que notei, mas que não me espantou, foi não ter visto, em qualquer piquete, uma única pessoa com formação e educação para ser patrão. É que não é patrão quem quer. Abrir uma empresa e comprar uns camiões é relativamente fácil. Geri-los e pô-los a dar lucros, já é feito só ao alcance de alguns.
As prateleiras dos supermercados vazias, assaltadas por manadas de gente em pânico, e as bombas de gasolina sem gasolina para vender (fará se tivesse cara!) reflectem os efeitos de uma greve ilegal feita por gente sem educação que conseguiram vulnerabilizar um país.

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