Aqui em Braga, o S. João é o expoente máximo da labreguice, da falta de educação e de higiene dos provincianos de Braga e arredores. A tradição consiste em subir e descer, quantas vezes se quiser, a única avenida, digna desse nome, que por cá existe, com os típicos martelos de plástico, alhos-porros e outras ervas. Todos os anos, um mês e tal antes da coisa são colocados enfeites provincianos e imagens de santos num rio badalhoco e pestilento, canalizado e com sérias parecenças com esgotos. Este ano, a tradição já não vai ser o que era. Isto porque, devido a umas chuvas inesperadas, duas imagens, a de Cristo e a de S. Cristóvão, colocadas no rio, foram de água abaixo. Ambas foram descobertas um pouco à frente. A de Cristo, que, ao que parece, não conseguiu andar sobre as águas, ficou sem pés, e a de S. Cristóvão, sem pés e sem braços. Ao que tudo indica, a de S. Cristóvão já não terá, infelizmente, com enorme perda para a cidade, quiçá maior que a do Cónego Melo, recuperação possível para este ano. Ora, este incidente, deve servir para mudar um pouco a tradição. Primeiro, já era tempo de fazerem uma coisa diferente, depois, não é preciso colocar os santos 1 mês antes e, depois, deviam ter vergonha na cara de colocar tão espirituosas criaturas em tão javardo rio.
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