segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Um livro subscrito pelo Papa

A notícia vi-a no novo arrastão. Um manual escolar, utilizado em colégios católicos privados espanhóis, compara a interrupção voluntária da gravidez ao holocausto nazi e às grandes guerras do século XX, considerando que «a sociedade está ameaçada» fora do matrimónio heterossexual.

Para além disso, a obra intitulada de «Ética» garante que os filhos de pais separados correm o risco de ingressar numa vida de «crime, drogas e violência», noticia o El País. O manual escolar, escrito por José Ramón Ayllón e Aurelio Fernández, serve para, segundo os autores, preparar os alunos para resistir a estes tempos difíceis que «sentaram Deus no banco dos acusados».

Estas são algumas das mensagens que serão leccionadas numa disciplina de carácter obrigatório destinada a adolescentes com idades compreendidas entre os 14 e 15 anos.

© rabiscos vieira

«O século XX pode ser recordado pelas guerras. Mas será ainda mais lembrado por outro atentado contra a dignidade humana que se autojustifica e se esconde na sombra de um eufemismo: a interrupção voluntária da gravidez. O aborto é um homicídio, um acto gravemente imoral».

A única família possível é formada através do casamento heterossexual, numa instituição «naturalmente estável e monogâmica». Sem estes dois factores a «sociedade ficaria ameaçada».

No livro é citado o exemplo dos Estados Unidos, onde o divórcio será a primeira causa de morte entre os adolescentes. 

Para os autores a reprodução medicamente assistida é «inaceitável». «Não há justificação para a inseminação artificial de uma mulher solteira ou viúva. Nem os maridos que não conseguem vencer a sua esterilidade podem recorrer a nenhuma das técnicas de reprodução assistida. Todo o ser humano tem o direito de ser concebido, trazido no ventre e educado no seio do matrimónio».

via portugal diário

Fico a aguradar a confirmação da adopção deste manual no Colégio D. Diogo de Sousa. Até lá é melhor seguir os preceitos do livro ou ainda acabamos a arder numa fogueira, em praça pública. Lembram-se?

1 comentário:

  1. "A Humanidade progride. Hoje queimam os meus livros, séculos atrás ter-me-iam queimado a mim" - Freud

    "A crença em Deus subsiste devido ao desejo de um pai protector e da imortalidade, ou como um ópio contra a miséria e sofrimento da existência humana" - Freud

    "Um dia, o Diabo falou-me assim: 'Deus também tem o seu inferno: é o seu amor pelos homens'.
    E ultimamente ouvi-o dizer estas palavras: 'Deus morreu; Deus morreu pela sua piedade pelos homens'." - Nietzche

    "A religião é o ópio do povo" - Marx

    Ouçamos quem sabe, não tenho mais nada a dizer.

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